terça-feira, 4 de setembro de 2012

Ao meu país, com carinho...

Escrevi esse poema há quase 20 anos e continuo com o mesmo sentimento...
"Não havia dúvida agora quanto ao que sucedera à fisionomia dos porcos. As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez; mas já se tornara impossível distinguir quem era homem, quem era porco." George Owell escreveu "A Revolução dos Bichos" em 1944  - 68 anos atrás e a história se repete... Até quando?


sábado, 11 de agosto de 2012

Pai Pastor


Pai!
 Você é muito especial, sabe por quê?  Porque a tua vocação de ser pai foi herdada de Deus, que com certeza, te ungiu para isso. O seu filho o vê como uma pessoa muito amada e especial que cuida dele com todo o zelo. Seria como aquele pastor que cuida das ovelhas.

(Sl 23:1) O SENHOR É O MEU PASTOR, NADA ME  FALTARÁ.
 Pai... Quando você vai trabalhar, sinto saudades tua durante o dia, durante as minhas brincadeiras, mas sei que faz isso para que nada falte em sua casa.
 (SL 23:2) DEITAR-ME FAZ EM VERDES PASTOS, GUIA-ME MANSAMENTE A ÁGUAS TRANQUILAS.
 Pai...Gosto quando você fala comigo, é bom sentar-me ao seu lado e poder conversar contigo.Ouvir tua voz me faz muito feliz.
 (SL 23:3) REFRIGERA A MINHA ALMA, GUIA-ME PELAS VEREDAS DA JUSTIÇA, POR AMOR DO SEU NOME.
 Pai.. Sabe daqueles momentos que a gente brinca junto??? Eu gosto tanto!!! Nesses momentos eu aprendo tanta coisa, daí, eu passo a te amar ainda mais, porque sei que é um momento teu e meu. É... são momentos felizes!
 (SL 23:4) AINDA QUE EU ANDASSE PELO VALE DA SOMBRA DA MORTE, NÃO TEMERIA MAL ALGUM, PORQUE  SEI QUE ESTÁS COMIGO;  A TUA VARA E O TEU CAJADO ME CONSOLAM.
 Pai... Às vezes faço algumas coisas que não deveriam ser feitas. Pai... perdoa-me! Eu sei que aquela bronca, ou mesmo aquela varada doeu muito. Mas.... Valeu mesmo!  Sei que no futuro, ela me livrará dos vícios, dos maus hábitos, enfim... da morte.
 (SL 23:5) PREPARAS UMA MESA PERANTE MIM NA PRESENÇA DOS MEUS INIMIGOS, UNGES A MINHA CABEÇA COM ÓLEO, O MEU CÁLICE TRANSBORDA.
 Pai... Mesmo que eu passe por momentos difíceis da minha vida, sei que os teus ensinos ficarão gravados em minha  mente, e saberei como lidar com essas situações.
 (SL 23:6) CERTAMENTE QUE A BONDADE E A MISERICÓRDIA ME SEGUIRÃO TODOS OS DIAS DA MINHA VIDA; E HABITAREI NA CASA DO SENHOR POR LONGOS DIAS.
 Pai.... Quero me parecer contigo, porque um dia, também terei filhos e quero que os seus ensinamentos sejam eternos em minha vida e que os meus filhos aprendam daquilo que de bom aprendi contigo.
 Amém!
 Lina 08/2001


Nem lembrava mais da existência desse texto que escrevi em 2001 e que está no meu site: www.linolica.com.br.

Fica aqui minha homenagem para os papais!!!!

terça-feira, 22 de maio de 2012

EDUCAR NA CULTURA DIGITAL


Esse texto está tão extenso e  com advento twitter de 140 caracteres, textos extensos estão em desuso, mas precisava escrever tudo isso. Sorry!!!!

Domingo, pela manhã, igreja lotada. Ao meu lado está uma família. O pai, a mãe e o filho de uns 3 anos. Em determinado momento, o garoto pega um dos celulares do pai, ou talvez dele próprio e começa a jogar um joguinho daqueles barulhentos. Alguns olham para trás como se dissessem: - Põe um fone no garoto ou abaixa o volume! Isso incomoda! Eu mesma quase falei, diante daqueles –crash, brummm, trash, mas ponderei e tentei me concentrar na mensagem que estava sendo ministrada. 

Será que os pais não perceberam que o menino estava incomodando?   Eu tenho até algumas conjecturas sobre os pais:

1) “To nem aí, to nem aí! O filho é meu, eu paguei o celular e os incomodados que se mudem.”

Tenho saudades da época em que as pessoas eram menos egoístas e se preocupavam mais com o próximo.  O grande mal dessa sociedade é pensar sempre em si, no individualismo e isso não trás alegria alguma. O ser humano tem perdido essa capacidade de pensar na ética, no amor, no próximo. Lembro que na antiga escola onde trabalhei, a senha para entrar no computador era AMOR.  Era proposital, os maiores achavam meio piegas, mas os pequenos logo aprendiam que para entrar naqueles computadores precisavam dessa digitar essa senha. Na escola atual não tem mais isso, mas continuo com o enfoque de que é importante promover um ambiente colaborativo e com ética, pois a internet é uma rede de pessoas.  

2) Nem vou pedir para ele parar com o jogo, pelo menos está quietinho e concentrado. Se eu mexer com ele, com certeza vai abrir um berreiro.

Limites. Muitos pais tem medo de impor limites nos seus filhos enquanto pequenos porque eles vencem pelo choro e pelo cansaço. Eu sinto em dizer-lhes, vocês lutarão sempre com essa criança, com essa adolescente, com esse jovem, com esse adulto.  Eu vejo que pais que impõe limites de verdade em filhos pequenos, nem se desgastam tanto na adolescência ou juventude. Eu afirmo isso pelos meus filhos. Quando eles eram pequenos ensinava com firmeza até onde podiam chegar. Era carinhosa, porém não cedia em hipótese alguma a birras e coisas do gênero.  Foi cansativo no começo, desgastante, mas deu certo. Eles aprenderam e não tive problemas na adolescência. Colho bons frutos hoje na juventude deles.

3) Ele precisa desenvolver suas habilidades tecnológicas. Não vou podá-lo agora, pois quem sabe será o futuro Mark Zuckerberg. 

Eu ensino cultura digital desde 1999 e infelizmente não me deparei com nenhum geniozinho da informática. São crianças normais com dúvidas e dificuldades. Tive alunos brilhantes, talvez uns 10% apenas do grupo, mas os outros 90% tiveram dúvidas, tiveram dificuldades em aprender determinados comandos, tiveram problemas com compartilhar informação, tiveram preguiça de pensar.  Inclusive volta e meia sou questionada por algum pai sobre o 7,0 ou 8,0 na informática, já que seu menino é bom pra caramba em casa com computadores. Eu só passo afirmar que na minha matéria ele é perfeitamente normal e com algumas deficiências e isso justifica sua nota.

4) Que lindo!!! Essa geração já nasce sabendo tudo a respeito de tecnologia!

Essa é uma falácia. Eu ouço as pessoas constantemente dizerem isso o tempo todo e todo mundo acredita.  Talvez o menino aperte um monte de botões, dá certo e ele repita a operação, mas não significa que ele é um gênio na tecnologia e não precisa de ensino. Os aplicativos tecnológicos são intuitivos e qualquer um pode usá-lo.    Tecnologia é fácil aprender o difícil é atrelar-se a valores. Recentemente participei de palestras com Rodrigo Nejm, diretor da Safernet e cheguei a seguinte conclusão "Imagine uma linda praça pública. A praça, em si, não é perigosa, mas pode ter locais ermos ou iluminados. Agora imagine com 2 bilhões de pessoas nela. Uma diversidade incrível de pensamentos - pessoas de boa índole, pessoas de má índole. Você deixaria seu filho pequeno sozinho nessa praça? Bem vindo ao cyberespaço!!!"  Talvez você pense:  - é apenas um celularzinho... É simples vá com ele a essa praça.  Não o proíba de ir, mas vá com ele.  Oriente-lhe bons lugares para brincar. Brinque com ele. Estreite esses elos.  Ensine-lhe um caminho bom.  Desde que o mundo é mundo os pais devem ensinar o certo e o errado. O que é perigoso e o que não é. Talvez os pais não enxerguem esse perigo, pois se apropriou desse pensamento: “Essa geração já nasce sabendo tudo a respeito de tecnologia!” e em sua mente logo vem a justificação: “Se sabem tudo, não tem o que lhes ensinar”. Tem muito a lhes ensinar sim. E são valores. São valores que a nossa sociedade digital precisa.  Talvez você não veja o perigo, afinal ele está tão seguro dentro de casa... mas lembre-se é uma praça com 2 bilhões de pessoas nela.

A escola, por sua vez, diz: “Essa geração já nasce sabendo tudo a respeito de tecnologia!”, em sua mente logo vem a justificação: “Se sabem tudo, não tem o que lhes ensinar” Fechemos os laboratórios de informática, excluamos a informática educativa da grade. Mas a escola pode ensinar sim, valores, perigos da rede, ensiná-los a criar bons conteúdos (coisa rara bons conteúdos brasileiros) e também a navegar em bons conteúdos (coisa rara ver meninos navegando bons conteúdos, basta ver nos acessos do youtube a quantidade pequena de visitas  a bons vídeos). O fato é que as baixarias tem bilhões de acesso e não me refiro à pornografia, mas a vídeos que nada acrescentam. Sempre que ensino informática educativa desenvolvo uma página de atividades com links, imagens e tenho o objetivo que o aluno leve a escola para casa involuntariamente.  Esse é o meu propósito, orientar e o induzir que navegue em águas puras, que cresça a cada dia no cyberespaço... pena que é um trabalho tão pouco valorizado, tão pouco difundido. 

Recentemente o Safernet escolheu 10 cidades brasileiras para ministrar sobre Segurança na Rede. Eu não posso dizer qual foi a repercussão nas outras 9 cidades, mas posso relatar sobre Osasco, pois estava lá. Em um grande auditório com capacidade para mais de 1000 pessoas, tinha umas 30 pessoas. É isso mesmo, umas 30 pessoas. Você pode perguntar talvez o valor da palestra fosse muito alto.  Foi um evento gratuito. Talvez o preletor fosse algum amador qualquer... nada menos que Rodrigo Nejm, diretor da Safernet, o qual tem propriedade  paixão por aquilo que faz e disponibilizou um material muito rico sobre o assunto. Novamente volto a frisar  que temas como esse relacionado à educação digital ainda é pouco valorizado, promovido e difundido.

 Eu uso a internet desde 1999 em conjunto com minha família. Na época, meus meninos tinham 5 e 4 anos. Nunca me preocupei em por filtros aqui em casa, mas sempre ensinei aos dois um bom caminho e é claro, fiquei vigilante. Jogamos muito nesse período, navegamos juntos. Eles cresceram nesse ambiente de web. Viram a transição da web 1.0 para web 2.0.  Nunca os proibi de nada, apenas ensinei-lhes o certo e o errado (perigos). Quando menores, algumas vezes tive que estabelecer horários, mas foram raras as situações. Dei-lhes alternativas como livros, mas também os levei-os a grandes eventos de tecnologia como a Campus Party. Tinha a esperança que daqui saísse um grande profissional de TI, mas eles optaram em fazer suas escolhas. O mais velho hoje, com 18 anos, cursa engenharia química na Poli (USP) e o menor, com 16 anos está concluindo o ensino médio.  Mas o ensinamento principal foi simplesmente ensinar valores, ética e fazer com que explorassem o lado bom da internet, ou seja, o do conhecimento e é claro, o lazer também.  Da mesma forma tenho feito isso com meus alunos e isso é ensino na cultura digital.

Pronto, falei, ou melhor, escrevi!!!


Lina Linólica

Estou preparando planos de cursos para pais e educadores com atividades práticas sobre o educar na cultura digital.  Tenho o desejo de fazer pequenos grupos e compartilhar um pouco desse conhecimento adquirido ao longo desses 13 anos. Caso queira mais informações é só me mandar um e-mail: linolica@gmail.com. 

sábado, 28 de abril de 2012

Um godzilla entrou em minha casa...


19/04/2012 
23h
Fico rolando na cama. Sinto frio, calor, garganta doendo, aperto no coração. Enfim... estou com um mau pressentimento. Passam minutos, horas e quase não consigo dormir. Acordo sobressaltada.  Penso comigo: - Deve ser a gripe.

20/04/2012
 6h
Desço sonolenta para preparar o café, ainda com uma sensação ruim.  Atravesso a sala e vou para a cozinha. Vejo bolinhas pretas no chão. Meu coração acelera. Um caqui da fruteira está comido pela metade. No banheiro mais bolinhas pretas. Preparo o café trêmula e o marido ao me ver pergunta se estou bem: - Respondo quase chorando: - tem um rato nessa casa e apresento-lhes as provas.  Ele faz uma rápida vistoria debaixo dos móveis e não acha nada.

 7h
Quem me vê no Colégio logo detecta que estou muito mal. Minhas amigas professoras perguntam se estou bem. Respondo meio monossilabicamente e tento dar as minhas aulas, mas com a cabeça lá em casa, pensando o que fazer com o roedor.  

12h
Termina o meu turno no Colégio e vou buscar  o  André na escola. Ele não está bem também.  Comento-lhe sobre o rato e voltamos para a casa. Ainda bem que tenho a companhia dele ao entrar em casa.  Encontro o Felipe, mas esse logo sai para seus compromissos.  Navego na internet em busca de como exterminar esse infeliz. Pesquiso, leio, busco e haja Google. Penso em comprar um gato, chamar a Swat, o exterminador, ratoeiras, venenos e sei lá mais o quê.

15h
Depois de tentar me preparar psicologicamente, arrasto móveis em busca “dele” e vou limpando a sala. Não está! –Alívio? Sei lá... Lavo a louça e inicio a cozinha.

17h
Dou uma pausa com a cozinha e vou até a uma loja de animais. Pergunto para vendedor sobre o que é bom para matar ratos. Ele me apresenta umas sementinhas com veneno. Disse que foi aquilo que usou para exterminar os ratos da casa dele. Disse que a esposa dele quando ligava o forno os ratos saiam correndo debaixo do fogão. Logo me imaginei na cena. Quase chorei ali. Enfim... comprei o tal  veneno e fui para o Supermercado Gerações comprar massa de pastel para preparar a janta daquela sexta feira.  Mas ainda não estava satisfeita com aquele envelopinho. Não tinha histórico de rato em casa. É uma casa nova. Nunca vi fezes de rato e olha que sou bem atenta para essas coisas por morrer de medo de baratas...   Voltei para a loja de animais e perguntei se tinha mais coisas. Ele disse que tinha a armadilha de cola. Eu já tinha lido sobre ela na internet e comprei uma. Voltei mais aliviada para casa. Tinha armas para lutar.

19h
Termino com a limpeza da cozinha. Não localizo nada. Estranho. Preparo o pastel.  Comemos assistindo um filme, pois precisava de algo para relaxar. Peço sugestão para o André e então assistimos os Simpsons – o filme, que por sinal começa com ratos. Eu brigo (de brincadeira) com o André dizendo: - Que bela sugestão, hem André... desse jeito não vou conseguir relaxar... to ficando tensa de novo.

21h
Marido chega e ainda estamos assistindo o filme.  Ele come pasteis e como odeio filmes (desenhos) sobe para tomar banho e vai dormir.

21h45
Estou terminando de lavar a louça quando vejo algo passar. Enorrrrme. Ele vai para o banheiro e volta para sala, atrás de um dos sofás.  Eu subo em cima da mesa (é de granito, viu) e o Dedé em cima da cadeira do computador. Ele diz que subiu pra ficar de olho na escada para não deixar o rato subir.  Não quero gritar, mas preciso chamar reforços.  Tento ligar para o Felipe que está no quarto dele estudando  a fim de que chame o marido que dorme, mas adivinhe: meu celular estava sem crédito. Peço ao Dedé que mande um recado no Facebook para o Felipe avisando do perigo e pedindo socorro.  Ele responde com: - ok.  Enquanto isso, abro a armadilha de cola e coloco no chão, pois o plano é fazer com que o rato passe em cima dela.

22h
Roberto aparece  com a cara amassada de dormir, vassoura em punho em busca do rato. Eu ainda em cima da mesa. E  o Dedé monitorando aonde ele vai.  E ele é um rato internauta. Vem para perto do computador.  Dedé põe a armadilha  no chão nessa direção e após tentar fugir inúmeras vezes das vassouradas do Roberto, acaba  grudando nesse armadilha. E vibramos como se fosse um gol.

22h30
Nessa altura do campeonato subo para meu  quarto esperando o Roberto dar um cabo no rato. Eu o ouvi chorar por causa das pauladas e eu chorei também de dó dele. Era uma criaturinha de Deus... e fiquei com muito dó. Pedi até perdão a Deus. Orei para que ele morresse logo para não sofrer mais.  Fiquei muito mal em todos os aspectos. Orei a Deus que nos livrasse de todo o mal, que eram baratas, ratos e até assaltantes.   Orei agradecendo a Deus pelo meu herói, o Roberto, sem ele não sei o que seria na minha vida.  Acho que é por isso que a gente chama os homens de gato, né? Porque nessas horas do aperto eles salvam as nossas vidas.E assim fui dormir, dessa vez não com o coração apertado, mas aceleradíssimo. Foi muita adrenalina. Ah... preciso comprar mais armadilhas de cola porque isso é bom demais.  Embora espero não repetir essa experiência tão cedo, pois meu coraçãozinho não suportaria.  “E que praga nenhuma mais chegue à nossa tenda”– Amém!

terça-feira, 6 de março de 2012

A mudança

A MUDANÇA

Acordei hoje pensando em Gênesis 1:2 – “Era a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo e o Espírito de Deus se movia sobre a face do abismo”
Todo o processo de mudança é doloroso. E nós, seres terrestres nos identificamos nessa situação. Em meio ao caos, em meio à escuridão, ficamos ali sem forma e vazio. Mas o interessante é que isso passa porque a luz vai surgindo, os componentes que integram a terra vão se encaixando. Estou experimentando isso nesses dias.  Eu sei que uma mudança de casa é meio banal para alguns, mas quem é que nunca se sentiu como aquele ditado que diz: “fulano ta mais perdido que cachorro em dia de mudança”. Essas mudanças nos levam a um estado meio caótico, meio sem luz, meio sem direção. Isso pode acontecer em nossa vida nos nossos primeiros dias de aula em uma nova escola, ou nos primeiros dias de um emprego novo, nos primeiros dias do casamento, ou no nascimento do primeiro filho, ou situações mais complexas como uma separação conjugal, morte de entes queridos. Toda mudança em nós gera uma espécie de caos, talvez com intensidades e emoções diferentes, mas ficamos meio perdidos. Eu confesso que procurava o “meu altar”, o meu lugar de encontro com Deus aqui na casa nova.  Descobri ontem à noite, na varandinha olhando para as estrelas. Senti-me como Abraão contando as estrelas do céu e tendo comunhão com o criador. Descobri hoje pela manhã sentindo a brisa suave ao folhear as páginas da Bíblia. Enfim... achei o meu altar. E assim aquela doce paz, a alegria da presença do Espírito foi colocando ordem, luz, cor, cheiro, cor e prazer na minha vida. É... isso é Gênesis 1, local onde os sentidos se afloram, onde a vida brota, o sol, a lua e as estrelas mostram seu esplendor, as árvores colorem a terra marrom e o cheio da fruta impregna o ar trazendo as aves, os peixes multicolores e a diversidade do mundo animal, que tanto nos fascina. Bem vindo ao planeta terra que foi criado para vivermos abundantemente nele, desfrutarmos e reinarmos em amor sobre tudo isso.  As mudanças, muitas vezes trazem caos, escuridão, incertezas, mas lembre-se você faz parte desse planeta terra que é moldável e adaptável. Nessas mudanças, a luz no fim do túnel pode aparecer a qualquer instante, basta procurar o Autor da criação e se encaixar nesse processo. Não fica no caos não, porque isso não é bom, meu caro terrestre. Deixe o sol brilhar, ou a chuva descer.  A terra continuando girando e você faz parte dela.

Em Cristo, que nos ajuda a botar ordem no caos

Lina

O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.
Salmos 30:5 b.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

No limite!


Dia desses fui à reunião referente à viagem de formatura do Dedé, meu filho mais novo, que irá concluir o ensino médio.
Fui calorosamente recebido pelos seus colegas de classe, que há alguns anos foram meus alunos. É... fui professora de informática educativa deles do 1º ao 9º ano. Eles me abraçaram carinhosamente e começaram a relembrar com saudades das aulas. Um deles disse:
- No limite, minha gente, no limite!
Todos começaram a rir e a repetir essas palavras que por muitos anos eu usava com os alunos.
Mas... o que significava no limite?
Era assim: entre os anos de 1999 a 2005, não tínhamos internet nas aulas de informática. Para torná-las mais atrativas eu levava CDs educativos. Só que era apenas um CD em um único computadorzinho com caixa de som. Na época não tinha data show, então tínhamos que nos virar com aquilo. Eu fazia uma espécie de roda com eles, traçava uma linha imaginária e dizia que aquilo ali era o limite Tinha que fazer isso, porque senão era uma febre de meninos pulando, babando loucamente em cima daquele único computador. O limite era justamente para organizá-los para que todos vissem o que se passava e ia chamando-os individualmente para interagir com um pedacinho do jogo. Assim a turma toda participava.
É claro que quando ficavam maiores, a linha do limite deixava de existir e eles já iam direto para os seus computadores e recebiam as instruções coletivamente, mas nas séries iniciais eu adotava esse procedimento.  Eram momentos marcantes, porque cheguei a receber ligações em casa perguntando sobre qual CD iria aplicar... mas enfim eles cresceram e reencontrei com eles que relembraram “do limite”.
Aqueles jovenzinhos estavam discutindo sobre a viagem de formatura do ensino médio. Confesso que senti um tantinho orgulhosa por fazer parte da história deles e fui lembrada como a professora que dizia: - No limite, minha gente!  Pois limite e amor tem uma forte ligação.
Fiquei pensando ainda. O universo é regido por leis e nós fazemos parte desse universo.  Por exemplo: a lei da gravidade. Quando a desconhecemos e nos atiramos de um alto penhasco, podemos deixar de existir.  A criança não entende bem sobre regras e limites e precisa aprender sobre o mesmo, porém a cada dia que passa essas crianças tem sido largadas numa sociedade sem regras e sem limites e a consequência é de uma sociedade enferma e um planeta doente.
Infelizmente, muitos pais tem se esquecido dessa palavrinha: limites.  Limite é amar. É ensinar. E quando esses meninos são privados disso, talvez pais, vocês não tenham o privilégio de ter esse encontro com jovens cheios de sonhos, desejosos em se formar, ou seja, constituir uma sociedade digna. Não tenha medo em educar, em estabelecer limites, em ensinar o menino. Meu desejo sincero é que você venha participar de reuniões como essa com louvor e saber que não foi negligente, mas fez parte na formação do bom caráter desses meninos.

Lina Linólica
02/2012

Nota:
Se você gostou desse artigo e quer ler algo mais profundo, leia o artigo que escrevi no ano de 2006; Peixes ou Pedras e Cobras.  Talvez eu seja considerada como uma vilã pela sociedade moderna, mas eu fiz o que achei que deveria fazer e afirmo educar filho não é difícil.  Meus meninos hoje estão com 16 e 18 anos. Dedé se formando com mérito, nunca foi reprovado. Nunca fui chamada na escola. Sempre elogiado pelos amigos como educado, coerente, esportista. O Felipe tem 18 anos, está cursando o 2º ano em  engenharia química na Poli (USP). Sempre é elogiado pelos amigos como aquele que compartilha conhecimento e é muito querido. Então...vale a pena investir em seu filho, porque ele é precioso.