sábado, 28 de abril de 2012

Um godzilla entrou em minha casa...


19/04/2012 
23h
Fico rolando na cama. Sinto frio, calor, garganta doendo, aperto no coração. Enfim... estou com um mau pressentimento. Passam minutos, horas e quase não consigo dormir. Acordo sobressaltada.  Penso comigo: - Deve ser a gripe.

20/04/2012
 6h
Desço sonolenta para preparar o café, ainda com uma sensação ruim.  Atravesso a sala e vou para a cozinha. Vejo bolinhas pretas no chão. Meu coração acelera. Um caqui da fruteira está comido pela metade. No banheiro mais bolinhas pretas. Preparo o café trêmula e o marido ao me ver pergunta se estou bem: - Respondo quase chorando: - tem um rato nessa casa e apresento-lhes as provas.  Ele faz uma rápida vistoria debaixo dos móveis e não acha nada.

 7h
Quem me vê no Colégio logo detecta que estou muito mal. Minhas amigas professoras perguntam se estou bem. Respondo meio monossilabicamente e tento dar as minhas aulas, mas com a cabeça lá em casa, pensando o que fazer com o roedor.  

12h
Termina o meu turno no Colégio e vou buscar  o  André na escola. Ele não está bem também.  Comento-lhe sobre o rato e voltamos para a casa. Ainda bem que tenho a companhia dele ao entrar em casa.  Encontro o Felipe, mas esse logo sai para seus compromissos.  Navego na internet em busca de como exterminar esse infeliz. Pesquiso, leio, busco e haja Google. Penso em comprar um gato, chamar a Swat, o exterminador, ratoeiras, venenos e sei lá mais o quê.

15h
Depois de tentar me preparar psicologicamente, arrasto móveis em busca “dele” e vou limpando a sala. Não está! –Alívio? Sei lá... Lavo a louça e inicio a cozinha.

17h
Dou uma pausa com a cozinha e vou até a uma loja de animais. Pergunto para vendedor sobre o que é bom para matar ratos. Ele me apresenta umas sementinhas com veneno. Disse que foi aquilo que usou para exterminar os ratos da casa dele. Disse que a esposa dele quando ligava o forno os ratos saiam correndo debaixo do fogão. Logo me imaginei na cena. Quase chorei ali. Enfim... comprei o tal  veneno e fui para o Supermercado Gerações comprar massa de pastel para preparar a janta daquela sexta feira.  Mas ainda não estava satisfeita com aquele envelopinho. Não tinha histórico de rato em casa. É uma casa nova. Nunca vi fezes de rato e olha que sou bem atenta para essas coisas por morrer de medo de baratas...   Voltei para a loja de animais e perguntei se tinha mais coisas. Ele disse que tinha a armadilha de cola. Eu já tinha lido sobre ela na internet e comprei uma. Voltei mais aliviada para casa. Tinha armas para lutar.

19h
Termino com a limpeza da cozinha. Não localizo nada. Estranho. Preparo o pastel.  Comemos assistindo um filme, pois precisava de algo para relaxar. Peço sugestão para o André e então assistimos os Simpsons – o filme, que por sinal começa com ratos. Eu brigo (de brincadeira) com o André dizendo: - Que bela sugestão, hem André... desse jeito não vou conseguir relaxar... to ficando tensa de novo.

21h
Marido chega e ainda estamos assistindo o filme.  Ele come pasteis e como odeio filmes (desenhos) sobe para tomar banho e vai dormir.

21h45
Estou terminando de lavar a louça quando vejo algo passar. Enorrrrme. Ele vai para o banheiro e volta para sala, atrás de um dos sofás.  Eu subo em cima da mesa (é de granito, viu) e o Dedé em cima da cadeira do computador. Ele diz que subiu pra ficar de olho na escada para não deixar o rato subir.  Não quero gritar, mas preciso chamar reforços.  Tento ligar para o Felipe que está no quarto dele estudando  a fim de que chame o marido que dorme, mas adivinhe: meu celular estava sem crédito. Peço ao Dedé que mande um recado no Facebook para o Felipe avisando do perigo e pedindo socorro.  Ele responde com: - ok.  Enquanto isso, abro a armadilha de cola e coloco no chão, pois o plano é fazer com que o rato passe em cima dela.

22h
Roberto aparece  com a cara amassada de dormir, vassoura em punho em busca do rato. Eu ainda em cima da mesa. E  o Dedé monitorando aonde ele vai.  E ele é um rato internauta. Vem para perto do computador.  Dedé põe a armadilha  no chão nessa direção e após tentar fugir inúmeras vezes das vassouradas do Roberto, acaba  grudando nesse armadilha. E vibramos como se fosse um gol.

22h30
Nessa altura do campeonato subo para meu  quarto esperando o Roberto dar um cabo no rato. Eu o ouvi chorar por causa das pauladas e eu chorei também de dó dele. Era uma criaturinha de Deus... e fiquei com muito dó. Pedi até perdão a Deus. Orei para que ele morresse logo para não sofrer mais.  Fiquei muito mal em todos os aspectos. Orei a Deus que nos livrasse de todo o mal, que eram baratas, ratos e até assaltantes.   Orei agradecendo a Deus pelo meu herói, o Roberto, sem ele não sei o que seria na minha vida.  Acho que é por isso que a gente chama os homens de gato, né? Porque nessas horas do aperto eles salvam as nossas vidas.E assim fui dormir, dessa vez não com o coração apertado, mas aceleradíssimo. Foi muita adrenalina. Ah... preciso comprar mais armadilhas de cola porque isso é bom demais.  Embora espero não repetir essa experiência tão cedo, pois meu coraçãozinho não suportaria.  “E que praga nenhuma mais chegue à nossa tenda”– Amém!

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