Salmo
81 – Ouvir ou não... uma questão de decisão
(uma carta imensa escrita em 3 de julho de 1998)
Tudo
começou quando estava orando pelo Felipe, meu filho de 4 anos que estava doente
(broncopneumonia). Eu ouvi o Espírito Santo falar ao meu coração apenas uma
palavra: Ungir. Cheguei a ter
o ímpeto de me levantar para ir a cozinha, buscar a lata de óleo e ungi-lo. Mas
não fiz, pois achei melhor consultar a bíblia a respeito de unção. Fui à carta
de Tiago e li que a unção deveria ser feita pelas autoridades da igreja.
Hum.... Teria que ir até a IEVY?? E agora??? Deixei para lá...
Naquela
segunda feira, dia 11 de maio de 1998, estava confusa e orando a Deus, pedi a
Ele um texto para meditar. Ele falou para que eu meditasse no Salmo 81. Abri a
Bíblia e o li umas duas vezes. E cheguei
a conclusão de que por causa da rebeldia do povo de Israel, eles não estavam
realmente experimentando aquilo que Deus tinha para eles. Ainda bem que eu não
era rebelde como o povo de Israel... ou seria??? Bom... Acho que não!!! Fiquei
satisfeita com a minha conclusão. Fechei a Bíblia e fui fazer as minhas
tarefas. O Felipe estava bem ruinzinho, com muita febre e dor na barriga.
Lembrei-me que não tinha o levado para ungir. Será que o agravamento da
enfermidade do Felipe foi porque eu não levei-o para ungir??? Puxa!!!
Autoridade!!! Liguei para igreja e marquei um horário com o pastor. Lembrei-me
que não tinha pedido autorização para o meu marido (autoridade da casa).
Puxa!!! De novo autoridade. Liguei para ele e ele decidiu que iríamos ao
médico. Concordei com ele e desmarquei o horário com o pastor.
Chegando
à pediatra, o quadro dele não era nada animador e a médica disse-nos que
deveríamos medicá-lo corretamente, caso contrário deveria ser internado.
Comprometi-me em dar a medicação de forma correta: inalações, antibióticos, e o
pior – 10 injeções.
À noite
conversei com o Roberto a respeito do meu desejo em ungir o Felipe. Ele
concordou e no dia seguinte fui à igreja, pedir que o pastor ungisse o Felipe. Abri a minha Bíblia e o pastor
Edson Zemunner perguntou-me se eu queria ler algo. Disse que gostaria de ler o
Salmo 81. E assim fiz. Naquele momento, ele me disse que se eu tivesse ido no
dia anterior (segunda-feira) ele teria
lido aquele Salmo, pois estava meditando nele naquele dia. Fiquei feliz, aquilo
testificou no meu coração.
Voltei
para casa, mediquei o Felipe e esqueci-me de meditar no Salmo 81.
Dias se
passaram. E numa terça-feira, ouvindo a matéria ministrada pelo pastor James -
Sarando as Nações, uma coisa, me marcou
profundamente: ouvir a voz de Deus. Naquele momento, o Espírito Santo
falou ao meu coração: Você já meditou no Salmo 81??? Glup!!! Acho que não fiz a coisa direito...
Eu só dei umas duas ou três lidinhas nele – Aquilo não era ouvir a voz de Deus
– Era apenas uma leitura a mais de um salmo bíblico. Peguei meu dicionário
bíblico e a bíblia e sentei-me no computador. Comecei a ler e escrever alguma
coisa, mas estava tão vazio aquilo que estava escrevendo que acabei desistindo
mais uma vez do Salmo 81.
No dia
31 de maio, ao retornar da Escola Bíblica Dominical, meu Felipe estava ardendo em febre. Fiquei
desorientada, pois recentemente ele tivera uma broncopneumonia e a médica
proibiu de que ele fosse a Escola e similares. Eu desobedeci ordens médicas achando que ela era meio exagerada. Meu filho
não era de vidro. Então clamei a Deus, naquele domingo. Lembrei-me daquele
versículo que dizia: Deixai vir a mim os
pequeninos e não os embaraceis que dos tais é o reino dos céus. Se eu não
permitisse que meu filho fosse a escola ou a igreja, que são os lugares que ele
mais gosta de ir, estaria o desmotivando a esse seu gosto tão abençoado. Além
do mais, a escola que ele freqüenta é uma escola evangélica (Turma do
Farolzinho) e lá é ensinado também a palavra de Deus. Aquilo era
desobediência??? Bom... Ainda não tinha aprendido nada sobre autoridade
espiritual, até então, pois faltei na aula anterior para medicá-lo (inalações,
injeções, etc.). Naquele domingo, eu orei, chorei, e pedi a Deus a cura do
Felipe. Às cinco horas, preparei-me e fui a igreja, o pastor Marcos Vinícius,
da comunidade evangélica de Nilópolis visitava a IEVY naquele dia e ao ministrar o cântico: E aguaceiro e
chuvarada é o que Deus vai derramar... Eu pensei: - É agora que Deus vai mandar
a libertação, pois o louvor liberta. Quando eu chegar em casa, o Felipe vai
estar curado. Voltei para casa apreensiva... Como estaria o Felipe??? Para
minha tristeza estava ele prostrado no sofá, com quase 39 graus de febre. O
efeito da neovalgina havia passado e não havia nem 4 horas que ele havia
tomado. Fiquei arrasada e pensei... Poxa... Porque estas coisas de cura só
acontecem com os outros e não com a gente??? Até a diarista que trabalha aqui
em casa já recebeu cura por uma oração que fiz em nome de Jesus. E eu nada...
grunf grunf... Fui dormir arrasada. Acordei as 2h30 da madrugada para levar o
Dedé (meu filho de 2 anos) ao banheiro e retornei para a cama. Não conseguia
pegar no sono. Então fui orar e aí o Espírito Santo me falou: E o Salmo 81???
Leia-o 10 vezes. Obedeci. Li-o 10 vezes e ao terminar a última leitura, Deus
falou ao meu coração sobre os versículos 1, 2, e 3 os quais se referem a três
ordenanças de Deus:
A 1ª
ordenança é para cantar alegremente a Deus – quando a gente louva a Deus,
esquece os problemas, entrega-os para o Pai, é o ato de confiar. Ele não nos
desampara, Ele olha as nossas aflições e problemas. É um ato do fé, é ter
confiança – em suma – é se soltar.
A 2ª
ordenança é entoar um salmo, e fazer soar o adufe, harpa e saltério. Existe uma
diversidade de instrumentos. Eu não encontrei o significado de adufe no
dicionário bíblico, mas na Bíblia missionária o termo é tamboril (creio que é
uma espécie de tambor – instrumento de percussão) o qual se toca com a mão, seu
som não é tão suave quanto a harpa/saltério. O saltério é um instrumento musical
de cordas, que se dedilhavam ou se tocavam com o plecto. Quanto a harpa é um
instrumento de música triangular, de cordas desiguais, que se tocam com os
dedos. Na verdade, eu não entendo nada de música, mas o que entendi é que
existe várias formas de se louvar a Deus... com a voz (salmodiai) com as mãos (
dando, ofertando, tocando, abençoando), com os dedos (tocando instrumentos,
escrevendo) Enfim... Estar aberto para louvar a Deus, com aquilo que Ele nos
deu. Sendo criativo.
A 3ª
ordenança é tocar a trombeta na lua nova, cheia e dia da nossa
festa. Tocar a trombeta é o nosso
testemunho de fé. A lua nova existe, mas a gente não a vê no céu. Ela está lá
e vai crescendo, crescendo (próxima
fase da lua é a crescente) até ser lua cheia, a qual a gente vê aquela bolona
bonita e brilhante. A fé é a certeza das coisas que não se vêem. A lua nova é a
fé iniciando, que vai crescendo até ser avistada e depois disso, consuma-se a
benção que é o dia da nossa festa. Em todas as situações é necessário o
testemunho de fé.
Pronto!!! Tomei aquela palavra para mim.
Naquele
momento eu orei a Deus começando a exercitar a minha fé e fui dormir. Acordei
no dia seguinte tensa, será que o Felipe estaria com febre?? Lembrei-me da
palavra da noite passada e fui até o calendário. Para minha surpresa, o dia 31
era o último dia da lua nova e o dia 01 de junho era início da lua crescente.
Sorri. Só Deus mesmo para fazer este tipo de coisa. O Felipe acordou sem febre,
porém ainda não estava bem. Naquele dia , o Dedé teria consulta na pediatra e o
meu marido queria passar os dois com a mesma. Conversei com o Roberto (meu
marido) e falei que eu acreditava que o
Felipe estava em um processo de cura divina e que não gostaria de passá-lo no
médico, pois sabia que o mesmo só iria
passar uma série de medicamentos, injeções etc... que de nada adiantariam, como
da vez anterior. Mas a decisão era dele, pois ele era a autoridade. Mais uma
vez a autoridade em questão. Ele pensou, pensou e decidiu que o Felipe iria
para escola e não para o médico. Às duas
horas da tarde, estava tensa novamente, pois não sabia o que estava acontecendo
naquela escola. Será que o Felipe voltaria a ter febre??? Resolvi buscar o meu
remédio espiritual , ou seja, 10 doses de salmo 81. Ao término da última
leitura Deus consolou o meu coração falando que Ele é o Senhor, e que curaria o
Felipe. O Felipe não teve febre naquele dia. Acordei naquela madrugada (o Dedé
é uma benção de despertador) e fui para o Salmo 81 (dez vezes) ao término Deus
falou:
Quando o meu povo aprender a ouvir a minha
voz, Eu o sustentarei com o trigo mais fino que é a pessoa do meu Filho Jesus.
Jesus é o dom perfeito. E saciarei com o
mel saído da rocha.
Fui dormir pensando nessa culinária espiritual. Já tinha
ouvido que Jesus é pão e vinho, é água, mas mel ainda não... No versículo 16 do
salmo 81, fala que trigo sustenta, mas o mel sacia. É algo novo... Eu tenho a
impressão de que é isto que Deus quer fazer nestes dias, nos saciar com o mel
saído da rocha. . Servirá para
trabalhar no nosso caráter
.Acordei
na manhã de terça feira ansiosa por saber do Felipe e ele mais uma vez acordou
bem, porém com um pouco de tosse, nariz escorrendo e se queixando um pouca de
dor de barriga, mas graças a Deus não teve febre. Alimentou-se bem e foi para
escola. Eu novamente a tarde fui buscar o meu remédio (10 doses de salmo 81).
Deus confortou o meu coração com a confirmação de que os meus inimigos
(enfermidade) seriam abatidos em breve. Fiquei confiante. Felipe voltou bem e a
noite pude ir para a escola de ministérios sem susto, assistir a aula sobre
autoridade espiritual. Foi jóia a aula. Fui dormir e às 2h40 o meu despertador
espiritual me acordou para ir ao banheiro (esse Dedé é uma benção). Fui tomar o
meu remédio espiritual (10 doses do salmo 81). Ao término, Deus falou:
Eu sou o Senhor Teu Deus. Esta
causa é minha, filha, porque você está debaixo da minha autoridade. Eu tenho
uma aliança contigo. Não foi você que me escolheu, mas eu te escolhi para que
vás e dê frutos. Frutos que marquem a vossa geração. Diga ao meu povo para que
estejam atentos e abertos pra minha voz. Não sejam rebeldes como outrora foi o
meu povo. Eu tenho promessas para o povo de Israel, mas eles não quiseram ouvir
a minha voz, por isso Eu os entreguei a obstinação dos seus corações, ou seja,
eles ficaram desprotegidos. Pela minha misericórdia eu os tenho sustentado.
Lembre-se que a cura do seu filho ocorrerá por causa da autoridade que tenho te
dado através do meu Filho Jesus e não é o ritual de você vir aqui e ler o Salmo
81 dez vezes. Que quero edificar o seu coração. Eu quero falar contigo, por
isso que a trago aqui para que leia a minha palavra e aprenda de mim. É uma
espécie de antídoto para que você venha a se proteger dos dardos inflamados do
maligno. Eu quero edificar a sua alma e o seu caráter.
Por dez dias, li o Salmo 81, e
Deus foi acrescentando algo novo na minha vida.
Inclusive me convencendo de pecados que impediam de ouvir a sua voz. Se
for relatar tudo nesta carta, com certeza,
isto viraria um jornal, então vou parando por aqui. Quanto ao Felipe,
ele sarou, foi viajar e já está resfriado de novo. E eu estou na dependência de
Jesus novamente. Os problemas nunca se acabam, senão a gente se tornaria
independente de Deus, e isso, é uma idéia totalmente diabólica, ou seja, tornarmos
independentes de Deus. Deus quer que busquemos diariamente o maná, a provisão,
a benção, o ouvir a sua voz. Enfim, Deus quer que tenhamos comunhão com Ele.
Lina,
Quarta-feira, 3 de Junho de 1998