19/04/2012
23h
Fico rolando na cama. Sinto frio,
calor, garganta doendo, aperto no coração. Enfim... estou com um mau
pressentimento. Passam minutos, horas e quase não consigo dormir. Acordo
sobressaltada. Penso comigo: - Deve ser
a gripe.
20/04/2012
6h
Desço sonolenta para preparar o
café, ainda com uma sensação ruim.
Atravesso a sala e vou para a cozinha. Vejo bolinhas pretas no chão. Meu
coração acelera. Um caqui da fruteira está comido pela metade. No banheiro mais
bolinhas pretas. Preparo o café trêmula e o marido ao me ver pergunta se estou
bem: - Respondo quase chorando: - tem um rato nessa casa e apresento-lhes as
provas. Ele faz uma rápida vistoria
debaixo dos móveis e não acha nada.
7h
Quem me vê no Colégio logo
detecta que estou muito mal. Minhas amigas professoras perguntam se estou bem.
Respondo meio monossilabicamente e tento dar as minhas aulas, mas com a cabeça lá em casa, pensando o que fazer com o roedor.
12h
Termina o meu turno no Colégio e
vou buscar o André na escola. Ele não está bem
também. Comento-lhe sobre o rato e
voltamos para a casa. Ainda bem que tenho a companhia dele ao entrar em casa. Encontro o Felipe, mas esse logo sai para
seus compromissos. Navego na internet em
busca de como exterminar esse infeliz. Pesquiso, leio, busco e haja Google. Penso
em comprar um gato, chamar a Swat, o exterminador, ratoeiras, venenos e sei lá
mais o quê.
15h
Depois de tentar me preparar
psicologicamente, arrasto móveis em busca “dele” e vou limpando a sala. Não
está! –Alívio? Sei lá... Lavo a louça e inicio a cozinha.
17h
Dou uma pausa com a cozinha e vou
até a uma loja de animais. Pergunto para vendedor sobre o que é bom para matar
ratos. Ele me apresenta umas sementinhas com veneno. Disse que foi aquilo que
usou para exterminar os ratos da casa dele. Disse que a esposa dele quando
ligava o forno os ratos saiam correndo debaixo do fogão. Logo me imaginei na
cena. Quase chorei ali. Enfim... comprei o tal
veneno e fui para o Supermercado Gerações comprar massa de pastel para
preparar a janta daquela sexta feira.
Mas ainda não estava satisfeita com aquele envelopinho. Não tinha
histórico de rato em casa. É uma casa nova. Nunca vi fezes de rato e olha que
sou bem atenta para essas coisas por morrer de medo de baratas... Voltei para a loja de animais e perguntei se
tinha mais coisas. Ele disse que tinha a armadilha de cola. Eu já tinha lido
sobre ela na internet e comprei uma. Voltei mais aliviada para casa. Tinha
armas para lutar.
19h
Termino com a limpeza da cozinha.
Não localizo nada. Estranho. Preparo o pastel.
Comemos assistindo um filme, pois precisava de algo para relaxar. Peço sugestão
para o André e então assistimos os Simpsons – o filme, que por sinal começa com
ratos. Eu brigo (de brincadeira) com o André dizendo: - Que bela sugestão, hem
André... desse jeito não vou conseguir relaxar... to ficando tensa de novo.
21h
Marido chega e ainda estamos
assistindo o filme. Ele come pasteis e
como odeio filmes (desenhos) sobe para tomar banho e vai dormir.
21h45
Estou terminando de lavar a louça
quando vejo algo passar. Enorrrrme. Ele vai para o banheiro e volta para sala, atrás
de um dos sofás. Eu subo em cima da mesa
(é de granito, viu) e o Dedé em cima da cadeira do computador. Ele diz que
subiu pra ficar de olho na escada para não deixar o rato subir. Não quero gritar, mas preciso chamar
reforços. Tento ligar para o Felipe que
está no quarto dele estudando a fim de
que chame o marido que dorme, mas adivinhe: meu celular estava sem crédito.
Peço ao Dedé que mande um recado no Facebook para o Felipe avisando do perigo e
pedindo socorro. Ele responde com: -
ok. Enquanto isso, abro a armadilha de
cola e coloco no chão, pois o plano é fazer com que o rato passe em cima dela.
22h
Roberto aparece com a cara amassada de dormir, vassoura em
punho em busca do rato. Eu ainda em cima da mesa. E o Dedé monitorando aonde ele vai. E ele é um rato internauta. Vem para perto do
computador. Dedé põe a armadilha no chão nessa direção e após tentar fugir inúmeras
vezes das vassouradas do Roberto, acaba
grudando nesse armadilha. E vibramos como se fosse um gol.
22h30
Nessa altura do campeonato subo
para meu quarto esperando o Roberto dar
um cabo no rato. Eu o ouvi chorar por causa das pauladas e eu chorei também de
dó dele. Era uma criaturinha de Deus... e fiquei com muito dó. Pedi até perdão
a Deus. Orei para que ele morresse logo para não sofrer mais. Fiquei muito mal em todos os aspectos. Orei a
Deus que nos livrasse de todo o mal, que eram baratas, ratos e até
assaltantes. Orei agradecendo a Deus
pelo meu herói, o Roberto, sem ele não sei o que seria na minha vida. Acho que é por isso que a gente chama os
homens de gato, né? Porque nessas horas do aperto eles salvam as nossas vidas.E assim fui dormir, dessa vez não com o coração
apertado, mas aceleradíssimo. Foi muita adrenalina. Ah... preciso comprar mais
armadilhas de cola porque isso é bom demais.
Embora espero não repetir essa experiência tão cedo, pois meu
coraçãozinho não suportaria. “E que
praga nenhuma mais chegue à nossa tenda”– Amém!
Querida...compre uma Gata...é a melhor solução!!!
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